"De alguma forma me considero brega nas coisas que escrevo. Sou cafona e assumo. Gosto de palavras como ingratidão. Sou meio Augusto dos Anjos: 'escarra nessa boca que te beija' "
"Tenho feito mil experiências. Fui ao Santo Daime e achei interessante. Foi uma experiência fantástica tomar o Daime. Eu já tinha tomado muito ácido, cogumelo, mas era diferente. O Daime é uma coisa religiosa, uma coisa de sentir Deus, sabe? Eu não vou lá todo dia, pois eu não gosto dessa coisa de clube, seita. Mas foi uma ajuda. Eu descobri uma coisa religiosa em mim que é muito importante para minha cabeça."
"Todo mundo comentava: 'o Cazuza vive rindo, é o cara mais louco, distribuindo felicidade, levantando o moral de todo mundo'. E eu, lá dentro mesmo, não gostava de mim. Foi uma loucura quando descobri isso. Porque é óbvio, todos estes temas de análise, de não gostar da gente, da culpa, sempre estive por dentro, conversava com amigos analistas, mas nunca tinha parado para olhar para dentro de mim. Então, hoje, eu estou vendo tudo com este otimismo, acho que Brasil vai dar certo. As eleições para prefeito foram uma maravilha. Fiquei emocionado. Talvez ocorram ainda algumas conturbações, mas acho que não vamos repetir igualzinho 64, desta vez aprendemos a lição. Tento acreditar nisso."
"Eu não me considero poeta, sou apenas um letrista para divertir o povo."
"Eu fiz vestibular para comunicação, porque meu pai tinha prometido um carro; sempre fui tarado por carro. Com 14 anos, pegava o do meu pai. Os guardas pegavam, tinha que dar grana, já era freguês... Bom, então fiz o vestibular, passei e desisti lá pela terceira semana"
"Antes de eu nascer, já era Cazuza. Minha mãe tinha vergonha de me chamar, tão pequeno, de Agenor, nome do meu avô. Na escola, eu nunca respondia à chamada. Não sabia que meu nome era Agenor."
"Desde pequeno, eu sonhava ser cantor, me ouvir cantando no rádio. Sonhava que um dia meu pai ia ter um Mercedes e ele comprou um. Sonhava em transar algumas pessoas e aconteceu. Não conto, ninguém pode provar mesmo. Mas ter uma música cantada por Caetano era um sonho meu, e aconteceu. O Ney, quando surgiu, foi uma porrada na minha cabeça. A liberdade sexual que ele transmite é mais forte até que Mick Jagger. Então quando ele gravou Pro Dia Nascer Feliz, foi um barato. Quando o Caetano, no show Uns, no Canecão, cantou Todo Amor Que Houver Nessa Vida, deu um esporro porque não tocavam o Barão no rádio, foi outro sonho. Acho que a minha estrela é mesmo muito boa..."
"Não me considero um cantor. Levo legal o meu lero. Sou afinado. Mas não passo de um letrista que canta, que gosta de palco. No palco, me sinto o cara mais gostoso do mundo. Fora dele, fico meio indeciso, perdido..."
"Acho que o sucesso é uma coisa muito perigosa. Não me deixo seduzir por ele. Eu nunca me deixei fascinar por transa de fãs me agarrando, porque sei que é uma coisa de momento... Tento ser coerente com o meu trabalho e mais nada. Não me deixo seduzir por mordomias de sucesso: 'casacos de visom num dia; no outro trapos', tipo Billie Holiday."
"Espero que, no futuro, não se esqueçam do poeta que sou. Que as pessoas não se esqueçam de que, mesmo num mundo eletrônico, o amor existe. Existem o romance e a poesia. Que mais crianças venham a nascer e é fundamental o amor aos pais."
1 comentários:
Lindo! Caju era e sempre vai ser demais... Queria que ele estivesse aqui pra ter pelo menos chance de vê-lo, ao mesmo tempo não queria perder a imagem que tenho dele; um cara jovem, completamente livre, espontâneo e muito...hmm... muito PORRA LOUCA! hahahah. Parabéns Cazuza, pela geração que transformou, e pelas que transforma ainda nos dias de hoje!
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