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Entrevista realizada por Simone Monte, esposa de Flávio em seu blog pessoal

 
Esperamos que curtam
O que te dá muito prazer?
Estar no meu barco, no mato, olhar o céu. Gosto de coisas prosaicas, beber vinho, fogueira, minhas fotos. Uma imagem bonita é mais do que uma boa música. Brasília, tocar, fazer show. Adoro esquiar com os filhos, quem não gosta? Mas tenho que fortalecer os joelhos...  Gosto da minha casa, meu gramado, vulgo meu campo de golfe (Detalhe do tamanho: 2,50m por 40 cm). Gosto das minhas árvores. Em Brasília olho uma por uma. Adoro plantas. Gosto de punk e de pop. Gosto de ver o entardecer na minha varanda, olhando o mundo de cima. Nunca imaginei que fosse ter uma casa assim. Ah! De ler. Gosto de coisas descampadas, de ser o dono do meu nariz, ser o capitão.
O que você escolheria como profissão se não fosse músico?
Eu... Fotógrafo. Não fotógrafo de moda, nunca... Natureza é o meu negócio. Hoje é meu hobby.

Vai fazer uma exposição?
Vou... Vou.

Qual o tema, já descobriu?
Já... Decidi que não tenho tema. É isso. (Risos) Fotos de Flávio Lemos. 
Tem saudade da Inglaterra?
Sim. Foi muito bom estar por lá aos 13 anos. A escola era boa, muito diferente daqui. Explorava os campos com amigos, seguia a linha de trem, essas coisas. Cropston só tinha mil habitantes... Esse ano foi determinante na minha vida, a música aconteceu lá. Foi muito forte, mágico, não dá pra explicar, é estado de espírito. Eu queria voltar um dia.

Como foi vir para São Paulo em 1985?
Quando eu vim morar, tinha dezenove anos. Fiquei impressionadíssimo. Brasília era interior... Quando cheguei ensaiava o dia inteiro, ia a pé carregando o baixo. Não tinha do que reclamar. Tudo era lindo, não tinha dinheiro, não importava. O que ganhava em shows dava pra viver.  Fomos a última banda de Brasília a aparecer no cenário Rock.

Que show te emocionou?
Rock in Rio. 250 mil pessoas. Mas tiveram outros no começo da carreira. Teve um na frente do congresso, aniversário da cidade. Impressionante. Muitos me emocionaram.

A vida na estrada é...
Dormir pouco, beber muito. Na verdade a gente se diverte muito. A equipe diz que nossa banda é diferente, democrática... No hotel depois do show ninguém quer dormir. Tomamos cervejas e ficamos falando merda. Quando acaba a semana fico cansado, eu sempre chego um caco. Os shows são sempre bacanas. Mesmo no começo com tudo bem menos que hoje, nós gostávamos de estar na estrada. Na época difícil já fizemos show pra trinta pessoas, e foi muito bom. Nós nos divertíamos.

Chegar em casa é...
Adoro chegar em casa. Chego esbodegado. A última meia hora no táxi é um saco, um tormento. Mas chegar em casa é chegar em casa. Lar doce lar. Arroz e feijão, não tem nada como isso.

Férias são...
Voltar para um hotel e um restaurante. (Risos) Mas adoro viajar. Não gosto de hotéis nem restaurantes. Eu gosto assim: de ficar na Ilha do Mel, sem fazer nada. Claro que gosto de Paris. Mas... Viajando com você é uma coisa, sozinho prefiro a Ilha do Mel, gosto de fazer coisas sozinho. Gosto da solitude. Entendeu? Já Paris sozinho seria muito solitário.

Amar é... (Risos meus)
Ah, não. Amar tá naquele livrinho. Escolhe uma frase de lá. Não tem muito mistério.

A melhor hora...
Depende tanto! Gosto do fim da tarde, embora seja notívago. É a hora mais bonita.

Mulheres são...
Loucas.

Um cheiro
Dama da noite.

Se você fosse um escritor qual seria?
Isaac Asimov.

Uma noite ideal.
Real? Poxa. Até onde vai a minha memória, foi outro dia: Rio de Janeiro, ganhei um prêmio, fui a uma festa e ainda tive uma noite de amor com você numa suíte no Hotel Glória.

E a fictícia?
Seria: fazer uma jantar pra você num barco, nas proximidades de Parati, tomar um vinho e muito amor só com o mar em volta... Vamos fazer ainda.

O que é idiota?
Preconceito é idiota. Zilhões de coisas são idiotas. Sei lá.

Você sente culpa?
Não.

E medo?
Não.

Vaidoso?
Sou. Creio. Me preocupo com o raio do meu cabelo. Embora pouco.

Sensível?
Creio que sim.

Uma música pra hoje. O que você ouviria agora?
“A day in the life." Não, não é. Não calha para o momento. Não é exatamente. Isso aqui não é só um dia na vida. É mais. Então pode ser "Falling in love" (Eagle  Eye Cherry).

Moda faz sentido pra você?
Eu compreendo a moda. É uma forma de equalizar. Se não tivesse a ditadura da moda, também seria incrível.  Talvez seja como na música: a cada dez anos existe uma ruptura e algum tempo depois volta. A boca da calça punk seria a calça dos anos 60, reta.

Um presente?
Pra uma moça? Eu dou jóia. É difícil. Ah... Eu não sei... O que eu te daria? Uma bolsa? Você vai lá e compra...  Se eu te der um artesanato, você me dá um tiro.

O que te deixa nervoso?
Ter que repetir o que eu já falei.

O que te acalma?
Uma cerveja.

Sua relação com as fãs?
Adoro as fãs. Na verdade a gente deve tudo às pessoas que gostam da gente. Eu gosto das minhas fãs.

Quem tem mais ciúme no casamento?
Eu. Você está na sua cidade, com as pessoas que conhece.

As suas fãs têm muita curiosidade pra saber da história do Renato Russo e você. A banda Aborto Elétrico acabou por motivos pessoais?
Não, nós continuamos amigos. O Renato queria fazer outras coisas sozinho.. Até onde eu sei, foi só isso.

Chegamos ao fim, tem algo a dizer?  Foi bom?
Adorei ficar conversando com você.
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